O que disse o Norte Desportivo...

LEIXÕES, 3 – BOAVISTA, 1

JUSTIÇA OPERADA COM «HAT-TRICK»

Três golos apontados por Fábio Loureiro já no decorrer da etapa complementar repuseram justiça no triunfo do Leixões, depois dos boavisteiros se terem adiantado no marcador através de um penálti mal assinalado.

Ricardo Alves Rodrigues
ricardo.rodrigues@onortedesportivo.com

A vitória leixonense só começou a ser construída no segundo tempo, altura em que os comandados de António Pedro materializaram o seu ascendente com três golos de Fábio Loureiro.
Antes, a partida ficara marcada por uma grande penalidade mal assinalada a favor do Boavista e que daria vantagem aos «axadrezados» e algum reboliço no seio da massa associativa afecta aos de Matosinhos.
A verdade é que a falta não existiu e só o auxiliar do lado da bancada vislumbrou um eventual derrube de Pedro Pires sobre Rui Carvalho.
Na conversão da grande penalidade, Batista aproveitou para dar vantagem aos homens do Bessa.
Estavam decorridos 21 minutos.O Leixões entrou melhor na partida, mas o futebol confuso acabou por não ser a melhor via para chegar ao golo e mais «atordoado» ficou após o golo dos boavisteiros.
Aliás, seria a equipa de Nelo a ter oportunidade soberana, aos 35 minutos, para dilatar a vantagem, quando Hugo ganhou o esférico dentro da grande área e rematou à barra e na recarga Rui Carvalho obrigou Sérgio a uma magnífica defesa.
No segundo tempo, aguardava-se a reacção por parte dos da casa, confirmada dois minutos após o reatamento, quando Luca, na cobrança de um livre directo, permitiu uma defesa categórica a André.
O Leixões era, nesta fase, dono e senhor do encontro e antevia-se o empate a qualquer momento.
E não tardou muito.
Aos 57 minutos, após a cobrança de um canto, Fábio Loureiro, completamente solto de marcação, apareceu com à-vontade a cabecear para o fundo das redes do desamparado André.
Inconformados com a igualdade, os matosinhenses embalaram para um triunfo tranquilo, depois da marcação de duas grandes penalidades (68 e 73) bem assinaladas – diga-se de passagem –, por intermédio de Fábio Loureiro que, diante dos «axadrezados» fez um «hat-trick».
A vitória leixonense ajusta-se perfeitamente, num jogo em que a equipa de arbitragem cometeu o erro de assinalar mal a grande penalidade a favor dos «axadrezados».---------------------------

FÁBIO LOUREIRO
VENCEMOS PORQUE FOMOS MELHORES
O «extremo» Fábio Loureiro acabou por ser a figura do jogo ao apontar um «hat-trick», já no decorrer do segundo tempo, e que permitiu ao Leixões desatar um nó que parecia difícil de desatar.
O avançado empatou de cabeça e não desperdiçou os dois castigos máximos para fixar o «score» em 3-1 para os «bebés».
Loureiro ficou “satisfeito com os golos importantes” que marcou, mas mais feliz ficou pelo facto do Leixões com este triunfo ter ficado próximo de alcançar a 2.ª fase do Nacional de Juvenis:
“Apesar de termos ido em desvantagem para o intervalo, jogámos o quanto baste para terminar o primeiro tempo com um resultado positivo.
Além do mais, toda a gente viu que o penálti que deu o 1-0 ao Boavista não existiu”.
Ainda assim, o jovem jogador considera que a equipa entrou disposta a virar o marcador na segunda parte, graças, segundo Fábio Loureiro, à crença:
“Acreditámos que era possível dar a volta ao resultado porque sentimos que estávamos a ser a melhor equipa em campo.
Felizmente marcámos e vencemos com toda a justiça”.
Os três pontos consumados permitem aos de Matosinhos ficar próximos da 2.ª fase – passam os três primeiros classificados de cada série –, objectivo que, para o «extremo» são fundamentais:
“A nossa meta é conseguir passar à 2.ª fase o mais rapidamente possível. Estamos conscientes que com esta vitória demos um passo importante, mas nada ficou definido”.-------------------------

ANTÓNIO PEDRO
TRADUZIMOS COM EFICÁCIA A NOSSA SUPERIORIDADE
O técnico do Leixões, António Pedro, considerou a vitória dos seus pupilos “inteiramente justa” e lamentou o penálti que colocou os «axadrezados» em vantagem, o qual “intranquilizou os jogadores”.
Ainda assim, o treinador matosinhense nunca duvidou da conquista dos três pontos, salientando a atitude dos seus jogadores:
“Se na primeira parte tivemos um ascendente sobre o adversário, na segunda penso que fomos superiores em todos os capítulos, apenas traduzimos com eficácia a nossa supremacia”. Conseguido o triunfo, o Leixões deixou para trás um adversário que luta pelos mesmos objectivos a nove pontos, sendo que a 2.ª fase ficou mais perto:
“É verdade que à medida que o Campeonato se aproxima do fim os objectivos que delineamos estão perto de se concretizar... a nossa meta é a passagem à segunda fase e depois tudo é possível”.----------------------------

NELO
SOFREMOS GOLOS ATRAVÉS DE INFANTILIDADES
A derrota do Boavista, no reduto do Leixões, deixou o treinador dos boavisteiros conformado.
Nelo assume que a equipa, designadamente, na segunda parte, não esteve bem e os golos do adversário aconteceram por infantilidades.
“Depois de nos colocarmos em vantagem, tivemos uma ocasião flagrante para dilatar a vantagem.
No segundo tempo não estivemos tão consistentes e fico triste pelos golos do Leixões terem surgido através de algumas infantilidades que cometemos e que terão de ser, forçosamente, corrigidas”.------------------------------
FICHA
Leixões
Sérgio; Pedro Pires, Ricardo Correia, Luca e Torrão; Ivo (Mista, aos 80+1 minutos), Fábio Loureiro, Moura e João Beirão (Emanuel, 78); Ricardo Ferreira e Ricardo Valente (Tiago Rocha, 76).
Treinador: António Pedro

Boavista
André; Adriano, Fábio Costa, Renato e Nuno Soares; Batista, Jeferson (Fábio Vieira, 62), Lucas (João, 71) e Ismael Nélson, 65); Hugo e Rui Carvalho.
Treinador: Nelo

Árbitro: Humberto Teixeira, do Porto, auxiliado por Fernando Pinto e Manuel Soares.

Jogo no Complexo Desportivo do FC Perafita, em Matosinhos, perante cerca de 200 espectadores.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Batista (21, de g.p.) e Fábio Loureiro (57, 68, de g.p., e 73, de g.p.).
Cartões amarelos: Pedro Pires (20), Jeferson (26), Batista (35), Fábio Costa (44), Ivo (60) e Nuno Soares (72).